Quando estive com Maurino Araújo, em 2014, após uma sofrida e longa fase em que esteve doente, tinha voltado a sentir prazer em produzir suas belas e marcantes esculturas. Contou-me que tinha pressa para recuperar o tempo que considerava perdido durante a crise que atravessou.

Maurino participou de inúmeras exposições individuais e coletivas como: Artistas Latino-Americanos, Bruxelas, Bélgica (1973); Bienal de São Paulo (1976); Festival de Arte, Cultura Negra e Africana, Lagos, Nigéria (1977); Museu de Arte Moderna, São Paulo (1981); V Salão Nacional de Artes Plásticas, Belo Horizonte, (1982); Galeria Bonino, Rio de Janeiro (1983); Negro de Corpo e Alma, Mostra do Redescobrimento, Pavilhão Manoel da Nóbrega, Parque Ibirapuera, São Paulo (2000), entre outras.

É o único artista brasileiro com escultura no Museu do Vaticano (báculo oferecido ao papa João Paulo II, pelo governo brasileiro). 

Roberto Burle Marx (1909-1994) construiu uma ala em seu sítio, na antiga estrada da Barra da Guaratiba, Rio de Janeiro, especialmente para abrigar as suas esculturas.  Tem obras em museus nacionais e internacionais, fundações, instituições públicas e privadas e suas obras estão em importantes coleções particulares no Brasil e exterior.

Maurino partiu em julho de 2020, mas nos deixa uma importante obra. 

Edna Matosinho de Pontes