A Galeria Pontes abriu a coletiva Artistas de Alagoas, tendo em vista a forte influência deste Estado na Arte Popular Contemporânea Brasileira nas últimas décadas.

Técnicas e suportes variados foram apresentados. Entre os muitos participantes destacaram-se:

Fernando Rodrigues, Ilha do Ferro, bairro de Pão de Açúcar. À beira do Rio São Francisco, seu Fernando colocou a Ilha do Ferro no cenário artístico nacional. O sucesso das suas cadeiras e bancos que passaram a ser usadas em projetos de arquitetos conceituados incentivou outros a seguir por este caminho. Trabalhar como escultor tornou-se uma das principais atividades da Ilha, como Vieira, Valmir, Aberaldo e outros.

Antônio de Dedé, Lagoa da Canoa. Dedé com dificuldade saiu do trabalho na roça, para tornar-se um respeitado artista popular. Conseguia expressar-se simbolicamente, através de suas esculturas, coisas que que tinha dificuldade de colocar em palavras.

André e Severino da Marinheira, Boca da Mata – ambos filhos de Manoel da Marinheira. Deram continuidade à obra de seu pai com imponentes bichos e bancos esculpidos em sólida madeira de jaqueira, encontradas mortas nos campos da região.

Raimundo das Favelas, Lagoa da Canoa. Os anos passados no sudeste do Brasil, em especial no Rio de Janeiro, foram a inspiração para as esculturas de favelas que marcam o seu trabalho a ponto de serem agregadas ao seu nome artístico.

Resendio, São Brás, povoado de Tibiri, suas esculturas vivamente coloridas e gordinhas atraem por seu toque lúdico. São feitas em mulungu, madeira leve e abundante na região.

João das Alagoas, transformou Capela num importante polo cerâmico. Ele faz bois ricamente desenhados com argila da região e com esculturas em alto relevo. Todos os ceramistas que iniciaram o trabalho com sua orientação desenvolveram uma produção cerâmica própria, autoral. Sil, verdadeira cronista com suas cenas do cotidiano que retrata com barro, tem as jacas sempre presentes em suas esculturas. Leonilson escolheu figuras sacras e as miniaturas, com as roupas dos santos muito elaboradas.

Dona Irineia, Muquém, povoado de União dos Palmares. Vem de uma longa linhagem de quilombolas produtores de utensílios de barro. Faz figuras de barro desde menina. Tornou-se famosa por sua cabeças que remetem aos ex-votos.

Vicente Ferreira, Maceió. As suas telas são um exemplo do que de melhor foi produzido em pintura popular contemporânea. A sua experiência de vida está muito presente em sua obra: os trens remetem ao seu passado de ferroviário, as bandinhas nos lembram que ele é músico, no circo ele coloca um leão, que era como ele se fantasiava nas apresentações.

Zezinho, Arapiraca. Começou a esculpir cata-ventos de madeira, enriquecidos com personagens do seu cotidiano ou da sua fecunda imaginação. Depois passou a criar outros belos objetos e brinquedos, sempre em madeira policromada.

Local: Galeria Pontes – Rua Minas Gerais, 80 – Higienópolis – São Paulo – SP.