Pernambuco e da Paraíba destacam-se por sua produção de arte popular rica e diversificada.

Foi uma exposição coletiva de esculturas em madeira e cerâmica, pinturas e gravuras de vários artistas desses Estados do Nordeste.

Manuel Eudócio, Caruaru (1931 -2016). Pernambuco tem uma longa tradição em arte popular. O primeiro artista popular reconhecido pela originalidade do seu trabalho foi justamente um pernambucano de Caruaru, Mestre Vitalino. Manuel Eudócio, único discípulo de Vitalino que continuava a produzir na ocasião da exposição. Criava em cerâmica vivamente colorida com tinta a óleo uma alegre galeria de tipos, animais e figuras do folclore engraçados e lúdicos.

Marliete, Caruaru. É filha de Zé Caboclo, primeiro discípulo de Vitalino, modela em cerâmica delicadas miniaturas revelando cenas cotidianas com perfeição.

Gilvan Samico, Olinda (1928 – 2013). Na época da exposição muitos o consideravam o maior gravador brasileiro vivo. Não era um artista popular, tinha consistente formação acadêmica, mas integrou a exposição porque há um dialogo perfeito entre suas gravuras e figuras que fazem parte do imaginário popular.

Borges e de J. Miguel, Bezerros. J. Borges, começou a fazer xilogravuras para ilustrar os livros de cordel que escrevia. Teve tão boa acolhida que começou a receber encomendas para fazer xilogravuras para ilustrar livros de outros autores. A partir dos anos 1970 fez xilogravuras em formato maior, independentes do cordel. Ele tornou Bezerros um polo de produção de xilogravuras. J. Miguel, seu filho adotivo, aprendeu com ele e tem oficina própria. Foram apresentados trabalhos desses autênticos gravadores populares.

Outros artistas pernambucanos que participaram da exposição foram Mestre Cunha, Jaboatão dos Guararapes – escultor em madeira, Zé Bezerra, Buíque, Vale do Catimbó – escultura em madeira; Tiago Amorim, Olinda – ceramista; Bajado, Olinda – pintura; Tarcisio de Andrade, Olinda – escultura de parede em madeira e Geraldo Andrade, Olinda – quadros em técnica mista.

Entre os artistas da Paraíba que fizeram parte da exposição destacam-se os pintores:

Alexandre Filho e Luiz Tananduba, João Pessoa. Alexandre é um artista renomado, fez muito sucesso como artista popular no Rio de Janeiro onde viveu entre os anos de 1960 até o início de 1980.Tem obras espalhadas por todo o mundo. Luiz, seu filho adotivo, começou a pintar contra a vontade do pai, mas sua persistência e talento inato fizeram dele um artista reconhecido. Sua palheta de cores remete a pintura psicodélica, mas ele cria por pura intuição.

Miguel dos Santos, importante pintor e ceramista pernambucano, mas há muito tempo radicado em João Pessoa. Sua criatividade é solta e se expressa através de figuras produzidas por sua fértil imaginação.

Tota, João Pessoa. Ele começou a fazer cerâmica com Miguel dos Santos, com quem aprendeu a técnica vitrificar as cerâmicas, pouco usada pelos artistas populares de raiz. Seu tema é quase sempre santo, retratados com sua estética particular.

Na exposição estiveram ainda presentes outros grandes artistas como: Gina Dantas, João Pessoa – ceramista; Bento, Sumé – escultor em madeira; Nenê Cavalcanti, João Pessoa – ceramista; Wilson Figueiredo, João Pessoa – quadros com arame, Oziel Dias, Itabaiana – escultura em madeira, Rosilene Lima, João Pessoa – pintura, Chico Ferreira, João Pessoa – ceramista.