Walderedo Gonçalves de Oliveira nasceu em Crato, Ceará, região conhecida por Cariri cearense, em 19 de abril de 1920. Ele pode ser considerado um dos maiores xilógrafos da primeira metade do século XX com peças expostas em vários museus pelo mundo. Filho de um pai carpinteiro e uma mãe artesã, teve uma infância difícil, trabalhou desde cedo pra ajudar à família. Não terminou os estudos, pois foi expulso por ter desenhado uma mulher nua, mas o jovem não deixou de estudar, começou a ler por conta própria livros de história, geografia, atlas, romances de autores como José de Alencar, M. Delly, Humberto de Campos e também folhetos de cordel. Fez sua primeira xilogravura aos 15 anos de idade, quando trabalhava como tipógrafo na livraria e tipografia de Pergentino Maia. A partir daí o jovem artista passou a fazer xilogravuras sobe encomenda para a Tipografia de José Bernardo da Silva. Sua fama foi crescendo e ele passou a ter encomendas de várias outras gráficas da região como a de Manoel Caboclo, Mascote, Gilberto Sobreira (irmão de Geová Sobreira) e a Diocese do Crato. As xilogravuras de Walderedo não se limitaram apenas a capas de folhetos, ele produziu xilogravuras para rótulos de vários produtos como bebidas, cigarros, sabão e capas de livros. Ele fez também xilogravuras em formatos maiores para serem expostas em museus pelo mundo. Sua projeção nacional e internacional aconteceu na década de 1960 quando foi feita sua primeira exposição na Faculdade de Filosofia do Crato. Outra iniciativa que o projetou foi a do Museu de Arte da Universidade do Ceará (MAUC) que enviou os emissários Sérvulo Esmeraldo e Lívio Xavier ao Cariri para comprar tacos e encomendar xilogravuras para compor o acervo da instituição, entre essas encomendas estava o álbum “Apocalipse” de Walderedo. Além do Apocalipse o acervo do MAUC conta com diversas outras gravuras do xilógrafo. Além de xilógrafo, Walderedo trabalhou como profissional de jogo do bicho, tipógrafo, torneiro-mecânico, pintor, eletricista, carpinteiro e até abriu cofres. Ele casou com D. Ione Gonçalves em 1943 e desse casamento tiveram 10 filhos. Em 2004, recebeu o diploma de Mestre da Cultura Tradicional Popular dado pelo Governo do Estado, numa ação inédita de preservação e proteção do patrimônio imaterial cearense. Walderedo faleceu em 2005, aos 85 anos de idade, na cidade do Crato vítima de uma parada cardíaca.
Tamanho: 38,4 x 28 cm.
(Em papel arroz – Emoldurado).
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